quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Vento no Litoral


De tarde quero descansar
Chegar até a praia e ver
Se o vento ainda está forte
E vai ser bom subir nas pedras

Sei que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando
Tudo embora...

Agora está tão longe
Ver a linha do horizonte me distrai
Dos nossos planos é que tenho mais saudade
Quando olhávamos juntos
Na mesma direção
Aonde está você agora
Além de aqui dentro de mim...

Agimos certo sem querer
Foi só o tempo que errou
Vai ser difícil sem você
Porque você está comigo
O tempo todo
E quando vejo o mar
Existe algo que diz
Que a vida continua
E se entregar é uma bobagem...

Já que você não está aqui
O que posso fazer
É cuidar de mim
Quero ser feliz ao menos
Lembra que o plano
Era ficarmos bem...

Eieieieiei!
Olha só o que eu achei
Humrun
Cavalos-marinhos...

Sei que faço isso
Pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando
Tudo embora...

sábado, 6 de outubro de 2012

Parasita Universal

É tudo tão frio, tudo apático e cinza...
Difícil de se esperar mudanças...
Quão grande é a dificuldade do ser em mudar suas aflições;
Aflições de um ser que ocupa um único lugar no espaço,
em que outro ser não pode ocupar num mundo de bilhões de pessoas.
Aflições tão iguais, e tão naturais para todos os seres,
quão grande será seu nível de importância?
Em um universo que se expande?

Um feto, parasita, natimorto, dois fetos acárdicos, sangue suga, que seja,
num corpo feminino exausto do sexo, da juventude, da liberdade...
Libera um ser aflito e confuso, cinza e ensanguentado,
observado por Deus ou o caralho a quatro,
que observa bilhões de pessoas ao mesmo tempo.
Confusões na cabeça, do que é certo, e o que é errado,
comportamento de um menino que está endiabrado,
chuta a mãe, lambe o pai, o garoto machucado,
com dúvida se foi ele ou foi o próprio diabo...

Mais um ser, mais um ser... Nesse mundo periférico,
no subúrbio do universo, no local mal investido.
Vai ser ele extinto ou não?
Bilhões de seres andando em círculos,
dizendo que o que move o mundo é o amor,
sem ao menos perceber que não passa de utopia.

Carnívoros, canibais, se alimentam de prazer,
Sobrevivem de mentiras, e morrem podres,
servem de alimentos para germes, e adubo para o solo.
Não sabem o que é perfume, fedem, e exala nos brotos...
Um piolho insignificante do subúrbio universal,
Morre invisível, em menos de dez anos é superado e esquecido,
e se todos que lembram morrerem também,
é como nunca ter existido...

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

David Bowie - Letter To Hermione


The hand that wrote this letter
Sweeps the pillow clean
So rest your head and read a treasured dream
I care for no one else but you
I tear my soul to cease the pain
I think maybe you feel the same
What can we do?
I'm not quite sure what we're supposed to do
So I've been writing just for you

They say your life is going very well
They say you sparkle like a different girl
But something tells me that you hide
When all the world is warm and tired
You cry a little in the dark
Well so do I
I'm not quite sure what you're supposed to say
But I can see it's not okay

He makes you laugh
He brings you out in style
He treats you well
And makes you up real fine
And when he's strong
He's strong for you
And when you kiss
It's something new
But did you ever call my name
Just by mistake?
I'm not quite sure what I'm supposed to do
So I'll just write some love to you

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Kikyo's Theme

O anime que mais gostei de assistir, e a melhor personagem que eu já vi em animes, Kikyo! Me identifico muito com ela, e a musica temática dela é a melhor! (uma das melhores, sem exageros, rs)


domingo, 8 de janeiro de 2012

Veneno(Joana) - Gota D'agua (Chico Buarque)...


Tudo está na natureza
encadeado e em movimento –
cuspe, veneno, tristeza,
carne, moinho, lamento,
ódio, dor, cebola e coentro,
gordura, sangue, frieza,
isso tudo está no centro
de uma mesma e estranha mesa
Misture cada elemento –
uma pitada de dor,
uma colher de fomento,
uma gota de terror
O suco dos sentimentos,
raiva, medo ou desamor,
produz novos condimentos,
lágrima, pus e suor
Mas, inverta o segmento,
intensifique a mistura,
temperódio, lagrimento,
sangalho com tristezura,
carnento, venemoinho,
remexa tudo por dentro,
passe tudo no moinho,
moa a carne, sangre o coentro,
chore e envenene a gordura
Você terá um ungüento,
uma baba, grossa e escura,
essência do meu tormento
e molho de uma fritura
de paladar violento
que, engolindo, a criatura
repara o meu sofrimento
co’a morte, lenta e segura...