sábado, 6 de outubro de 2012

Parasita Universal

É tudo tão frio, tudo apático e cinza...
Difícil de se esperar mudanças...
Quão grande é a dificuldade do ser em mudar suas aflições;
Aflições de um ser que ocupa um único lugar no espaço,
em que outro ser não pode ocupar num mundo de bilhões de pessoas.
Aflições tão iguais, e tão naturais para todos os seres,
quão grande será seu nível de importância?
Em um universo que se expande?

Um feto, parasita, natimorto, dois fetos acárdicos, sangue suga, que seja,
num corpo feminino exausto do sexo, da juventude, da liberdade...
Libera um ser aflito e confuso, cinza e ensanguentado,
observado por Deus ou o caralho a quatro,
que observa bilhões de pessoas ao mesmo tempo.
Confusões na cabeça, do que é certo, e o que é errado,
comportamento de um menino que está endiabrado,
chuta a mãe, lambe o pai, o garoto machucado,
com dúvida se foi ele ou foi o próprio diabo...

Mais um ser, mais um ser... Nesse mundo periférico,
no subúrbio do universo, no local mal investido.
Vai ser ele extinto ou não?
Bilhões de seres andando em círculos,
dizendo que o que move o mundo é o amor,
sem ao menos perceber que não passa de utopia.

Carnívoros, canibais, se alimentam de prazer,
Sobrevivem de mentiras, e morrem podres,
servem de alimentos para germes, e adubo para o solo.
Não sabem o que é perfume, fedem, e exala nos brotos...
Um piolho insignificante do subúrbio universal,
Morre invisível, em menos de dez anos é superado e esquecido,
e se todos que lembram morrerem também,
é como nunca ter existido...

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