quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Vazio latente

Esse incomodo constante no peito não sessa
E todos os dias eu tento conter a pressa
De tentar chegar em algum lugar
Qualquer canto pra parar e ficar

E cada canto com esses longos passos eu vejo
Que não há mais nada por aqui que desejo
Que as pessoas sempre, por mais longe,
Estão paradas e nem sabem onde

Preocupadas sempre com suas relações
Ou como vão ser suas aparições
Se estão belos ou não
Pensamentos em vão

Presas nessas míseras questões
Indo ou vindo são as mesmas razões
Presas a esse tato carnal
Nessa coisa visceral

A matéria vai consumindo a alma
Mesmo se manter a calma
Porque quem tenta ir diferente
Sente um vazio latente

A solidão bate a porta ao amanhecer
A causa? Ser o único a não esquecer
Que não há porque se prender
Nessa ideia louca de correr

O que me reserva, já está a me esperar
Todas as dores que devo passar
Nessa longa estrada circular
Nem sei mais por onde caminhar